
PERGUNTAS FREQUENTES (FAQ)
O que é a Análise Estratégica de Cenários Futuros?
Análise Estratégica de Cenários Futuros é um processo de investigação que visa identificar, estruturar e avaliar possíveis contextos futuros, com o objetivo de apoiar organizações e profissionais em suas decisões estratégicas, reduzindo incertezas, identificando possíveis riscos e apontando oportunidades de negócio.
É possível adivinhar o futuro?
Existem diversos caminhos metodológicos para identificar os cenários futuros com maior probabilidade da acontecer. Não se trata de adivinhar o futuro, mas de prever, analisando os vetores (ou forças) mais relevantes para a transformação do cenário presente que, combinados, resultarão nos futuros possíveis.
Quais são as principais metodologias utilizadas para prever o futuro?
Existem várias metologoias para realizar análises estratégicas de cenários futuros, e cada "futurista" utiliza aquela com a qual se sente mais confortável. Citando alguns exemplos relevantes, da década de 1980 até a atualidade, Peter Schwartz propõe avaliar as forças-chave atuantes em redes de negócios globais, Michael Porter desenvolveu o modelo das cinco forças competitivas, Michel Godet utiliza uma matriz de impacto cruzado para avaliar a interação entre os atores de um sistema, Faith Popcorn tem seu olhar voltado para tendências de consumo e realiza brainstorms com especialistas, Amy Webb observa os "sinais fracos" com potencial para gerar mudanças significativas, Clotilde Perez utiliza a semiótica para identificar tendências e Flavio Ferrari adota nove marcos de observação para identificar as forças motivadoras, o contexto e o retorno sobre o investimento que justificaria o esforço de mudar. Entretanto, a ideia proposta por Francis J. Aguilar, da Harvard Business School, na década de 1960, influenciou e, até hoje, está presente na maioria dos exercícios futuristas. Aguilar propôs avaliar os fatores macroambientais que influenciam o ambiente externo das organizações, focando inicialmente nos aspectos Político, Econômico, Social e Tecnológico (batizado de modelo PEST) e, mais recentemente, incluindo os aspectos ambientais e legais (PESTEL).
O que diferencia as metodologias prospectivas de cenários futuros?
Além do processo analítico em si, o que diferencia as metodologias analíticas de cenários futuros é sua "âncora". Chamamos de âncora o principal elemento de atenção que referencia as transformações. Para Amy Webb, é a tecnologia. Para Clotilde Perez é a semiótica. Para Schwartz é o ambiente de negócios emquanto Popcorn tem as tendências de consumo como foco. E enquanto Porter observa a evolução das forças competitivas e Godet se dedica aos atores do sistema, Flavio Ferrari adota o ser humano como âncora, avaliando seus desejos e insatisfações. Algumas instituições como o CIFS - Copenhagen Institute for Futures Studies e a TrendWatching não têm âncoras fixas, e preferem trabalhar com a combinação de tendências gerais. Grandes consultorias instituições globais tendem a utilizar modelos econométricos como âncora e os futuristas mais intuitivos capturam as forças do Zeitgeist (o espírito do tempo presente) para inspirar suas previsões.
Como funciona a metodologia Acumen, dos nove marcos de observação?
A metodologia Acumen, desenvolvida por Amelia Caetano e Flavio Ferrari e descrita em seu Livro “ACUMEN | The Future Castles' Stones” (2020), tem como base nove marcos de observação que funcionam como um “funil das possibilidades” de transformação. Os marcos representam etapas arquetípicas de um processo de mudança, partindo da motivação para mudar (desejos e insatisfações) até chegar ao valor da mudança, que justificaria o esforço transformador. A ideia central é a de que o futuro oferece infinitas possibilidades, mas algumas coisas terão maior probabilidade de acontecer do que outras. Aquilo que alguém deseja que aconteça terá maior probabilidade de acontecer do que o que não é desejado por ninguém. A disponibilidade de recursos para mudança aumenta a probabilidade de que aconteça. A relevância de cada possível mudança para o agente transformador estabelece uma hierarquia de esforços (investimentos) e a relevância para os demais stakeholders determina o apoio que a ideia transformadora irá receber do ecossistema. Fatores humanos (como a natural resistência a mudança) podem dificultar transformações. A observação do Zeitgeist (espírito do tempo presente) permite avaliar se o momento é oportuno. Aquilo que precisará ser alterado no ecossistema para acomodar a mudança representa um custo. Processos transformadores precisam ser liderados por agentes capazes conduzi-los. E, por último, o resultado da mudança deve justificar o esforço para que seja realizada. A observação, a partir dos nove marcos propostos, permite identificar quais possibilidades transformadoras terão maior probabilidade de acontecer e, a partir de sua identificação, desenhar os cenários mais prováveis e detectar riscos e oportunidades, orientando decisões estratégicas e determinando caminhos sustentáveis para a inovação.
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